A missão das Irmãs nestas terras começa com o casal barbarense, Dr. Fernando São Paulo e D. Edith São Paulo. Ele, médico sanitarista, vendo a realidade precária em que viviam os seus conterrâneos, sente-se impelido a promover ações capazes de ajudá-los, por este motivo, esforça-se em trazer as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, da Província do Rio de Janeiro, para beneficiar, principalmente, crianças, adolescentes e jovens pobres, no sentido de educação e instrução primária na Vila de Pacatú, que era chamado de “Arraial de Santa Bárbara”, hoje: “Santa Bárbara”.
As Filhas da Caridade chegam sob a autorização de D. Augusto Álvaro da Silva, Arcebispo Primaz do Brasil para inaugurar oficialmente a Casa São José. As Irmãs deram esse nome a casa, devido a confiança que depositavam em São José, patrono de várias Instituições da Companhia.
Irmã Luiza Gonzáles, já se encontrava no Instituto Nossa Senhora da Salette em Salvador, partindo daí às 7h da manhã, 18 de março de 1946 após a participação na Santa Missa na capela do Colégio. Em um ônibus fretado pelo casal fundador seguiram com todo o material para a inauguração da nova casa que estava marcada para o dia 19 de março e 1946, dia de São José. Fizeram uma parada para o almoço em Feira de Santana na casa de Dr. Fernando. Neste mesmo, dia às 15h pisam nas “Terras de Pacatú”. Houve a bênção da casa e a celebração da Santa Missa, na capela do estabelecimento pelo Padre Luiz Ramos Machado, pároco da respectiva freguesia, estavam presentes: Irmã Luísa Gonzáles (Irmã servente da nova comunidade), Irmã Josefa Lemos, (Irmã servente do então orfanato do Salette, em Salvador), Irmã Cecília Nunes, Irmã Inês Costa (todas pertencentes ao mencionado orfanato), o casal fundador com os principais membros da família, demais autoridades locais e grande número de pessoas residentes no local. No dia 30 de março de 1946 depois de uma pequena demora em Salvador a comunidade teve a alegria de receber duas Irmãs: Irmã Maria José Navarro, com 7 anos de vocação e Irmã Edite Cunha, com 3 anos de vocação.
Com muitas dificuldades, sofrimentos e privações as Irmãs, por amor aos pobres aos quais se dedicam sem medidas, deu-se início às atividades no dia 01 de abril de 1946 com 32 crianças e duas internas. A falta de escolas no interior do Estado e, sobretudo as dificuldades das viagens, falta de estradas, foram apelos muito fortes para a abertura de um internato, o que justifica atualmente as dimensões do prédio que funcionava, também como local para reuniões, assembleias, encontros, diversas atividades, pastorais, esportes e lazer… E em março de 1947, foi criado o “Dispensário dos Pobres” para atender às famílias de baixa renda, e as doações multiplicaram-se, permitindo alargar o campo de ação da caridade.
Em 17 de janeiro de 1947, a Irmã Maria José Navarro foi transferida para a Cidade de Olinda em Pernambuco e no dia 26 de abril de 1947 chega à Vila de Pacatu a Irmã Iraídes de Araújo Cruz (Maria José Cruz) para substituí-la vinda do Seminário.
No dia 17 de abril de 1948 é lançada a pedra fundamental do prédio, a nova sede da Casa São José. Dr. Amélio Amorim, renomado arquiteto de Feira de Santana, faz o projeto arquitetônico, sem nenhum ônus para a instituição. É criado neste mesmo ano o semi-internato para ajudar as alunas mais pobres que passam privações, até de alimentos.
Em 22 de janeiro de 1960 Irmã Luísa Gonzáles, (Irmã Servente) é transferida para Ubajara – Ceará a fim de administrar uma casa recentemente fundada, assumindo a partir de então, a direção da Casa São José a Irmã Maria José Cruz (Irmã Iraídes). Na direção da casa, Irmã Cruz empreende, dinamiza e enche-se de zelo e amor aos pobres, não mede esforços para fazer crescer a obra. A instrução das crianças que se encontram sob os cuidados da Casa São José se fortalece e ganha novo vigor. Logo, a Casa torna-se pequena para atender a demanda. Procuram as Irmãs, não somente as pessoas da vila de Pacatú, mas também de municípios e povoados vizinhos. Faz-se necessário ampliar as instalações.
Em 1969, Irmã Maria José Cruz é transferida, deixando saudades aos barbarenses. Assume a direção da Casa São José a Irmã Margarida de Azevedo Pinto (Irmã Elcy), dando lugar a Irmã Maria Aldiza Monteiro Coelho que permaneceu na casa apenas um ano, vindo substituí-la no ano seguinte de 1977 a Irmã Maria Francy Praciano. No final deste mesmo ano, devido a dificuldades e circunstâncias adversas as Filhas da Caridade se retiram da Casa São José, deixando a administração do “Grupo Escolar São José” a cargo do Governo do Estado.
REABERTURA DA CASA SÃO JOSÉ Atendendo a inúmeros pedidos, a Visitadora da Província do Recife Irmã Heloisa de Vasconcelos Maia, reabre a Casa São José no dia 07 de março de 1981. Saem em comitiva de Salvador o grupo de Irmãs que comporia a Comunidade e outras que dariam presença neste ato, Irmãs do Instituto Nossa Senhora da Salette e da Escola Medalha Milagrosa de Salvador, também as Irmãs pertencentes às Comunidades de Mar Grande* e Cacha Pregos*, aumentando a alegria da equipe que faria a nova Comunidade da Casa São José. Neste mesmo dia as Irmãs se apresentam ao Bispo, Dom Silvério Albuquerque, que se alegrou com o retorno das Filhas da Caridade à sua Diocese, bem como da esperança no trabalho a ser por elas desempenhado. Com a benção do Pastor, a comitiva parte p cidade de Santa Bárbara. À entrada da cidade, os carros que conduziam as Irmãs tiveram que parar devido ao aglomerado de pessoas que, dos dois lados da rua, espreitavam a chegada. As irmãs deixam os carros e, a pé, ladeadas por grande número de pessoas, seguem em direção à Igreja Matriz, ao estouro dos fogos, expressão convencional da alegria da região. Ao chegar no colégio já contava uma multidão, destacava-se os representantes do poder público, professores, ex-alunos, pais de família, alunos de todas as idades. Após a celebração Eucarística presidida pelo Padre Gerard Laflamne, teve lugar ao final da celebração os pronunciamentos das autoridades municipais, professores… A Irmã Heloisa Maia, apresentou e oficializou a reabertura da casa: Irmã Vicência Augusto Teresa Filgueiras, Irmã Iraíldes de Araújo Cruz, Irmã Irene Nogueira Lima e Irmã Maria José do Nascimento Brandão, assumindo a Casa São José com direção do agora, então denominado “Centro Educacional São José”, em convênio com a Secretaria da Educação do Estado.
Após o retorno das Irmãs em 1981
Em 1982 Irmã Iraídes (Cruz) é transferida para Bom Jesus da Lapa e pela terceira e última vez, retorna para Santa Bárbara no dia 29 de janeiro de 1993 como Irmã Servente e Diretora do Centro Educacional.
No dia 19 de fevereiro de 1999 Irmã Maria José Cruz encerra sua missão aqui na terra, partindo para a casa do Pai. Seus restos mortais encontram-se, no cemitério de Santa Bárbara, terra que ela tanto amou. A ela, homenagearam os barbarenses denominando uma de suas escolas de “Irmã Iraildes de Araújo Cruz”.
De março 1946 até o presente dia as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, servem nestas terras com zelo e dedicação na promoção humana, na formação de agentes de pastorais e principalmente, na doação e no amor aos mais pobres. “O apelo ouvido pelas primeiras Irmãs é sempre o mesmo que, no mundo inteiro, suscita e congrega as Filhas da Caridade. Esforçam-se por buscar na fonte as inspirações e intuições dos Fundadores, para responder, com uma fidelidade e disponibilidade sempre renovadas, às necessidades do seu tempo”.
O serviço das Irmãs da Caridade em Santa Bárbara no momento atual, consiste na ajuda e formação de pastorais e movimentos junto à Paróquia e na prestação de serviços à Creche Municipal Dr. Wilson da Costa Falcão, onde têm a missão de cuidar das crianças carentes e zelar pelo prédio que pertence à Associação São Vicente de Paulo do Recife. Junto à Prefeitura Municipal recebem o aluguel pelo espaço e a remuneração de duas Irmãs que se revezam neste trabalho.
Há quase 40 anos as Filhas da Caridade exercem a missão na Creche que inicialmente leva o nome de “CRECHE LUÍSA DE MARILLAC”, situada na periferia da cidade, no bairro da Cascalheira, fundada no ano de 1982, tendo como mantenedora a Casa São José, sob a direção de Irmã Tereza Filgueiras. Obra social que as Irmãs empreenderam com dedicação e esforço, sendo as pioneiras neste serviço caritativo no município.
Como toda fundação, muitos sofrimentos foram superados por amor aos pobres aos quais as Irmãs se dedicaram sem medidas. As Filhas da Caridade realizam diversas pastorais junto a paróquia, dão assistência aos pobres, na sua maioria da zona rural. Coordenam diversas pastorais a nível paroquial e Curso Bíblico para formação de missionários leigos nas Comunidades rurais.